Ainda profundamente entristecido
pela perda de Roberto Goméz Bolaños, e emocionado por todas as merecidíssimas homenagens a este gênio do humor, lembrei-me de um momento ocorrido comigo no
ano passado, durante um período que morei na França.
Era um domingo, início da tarde,
e já estava há algum tempo fora. Sozinho, naquele clima frio, sem vontade de
sair de casa, era inevitável que despontasse aquela saudade do Brasil, e das
coisas que costumava fazer por aqui. Sem paciência para a televisão, para ler
ou estudar, abri o computador e comecei a navegar a esmo pela internet,
tentando encontrar algo pra matar o tempo. Foi quando, meio instintivamente,
caí no Youtube e me peguei digitando: “Chaves”. Lembro-me que vi uma série de
episódios na sequência. Diversão garantida, “deprê” superada e, de repente, me
peguei pensando: “como essa gente daqui pode ter crescido sem nunca ter
assistido o Chaves?”. Dali em diante, muitas foram as vezes em que, brincando
com as inevitáveis comparações que fazemos quando estamos no exterior, eu incluía
aquela lembrança: “e esse povo todo, nunca viu o Chaves!”. Só podia lamentar
por eles.
Esse pequeno depoimento apenas
ilustra o quanto eu admiro o trabalho de Roberto Bolaños. Seus programas, em
especial a dupla “Chaves” e “Chapolin”, são possivelmente os únicos que, até
hoje, sempre paro para assistir (e quem me conhece sabe bem disso). Pouco importa se sei todas as falas de trás pra
frente ou de frente pra trás: eu vejo e me divirto como se fosse a primeira vez!
Aliás, em minha humilde opinião, Bolaños está no patamar de um gênio como Chaplin. Talvez, se fosse norte-americano, também seria mundialmente reconhecido como tal. Por outro lado, o fato de ser latino o torna, para mim, ainda mais grandioso. Com seu humor rico e sem apelações, Chespirito soube unir este continente tão belo e sofrido, culturalmente diverso e fraterno, cheio de dramas e riquezas. Não à toa, é cultuado por todo o território latino-americano.
Aliás, em minha humilde opinião, Bolaños está no patamar de um gênio como Chaplin. Talvez, se fosse norte-americano, também seria mundialmente reconhecido como tal. Por outro lado, o fato de ser latino o torna, para mim, ainda mais grandioso. Com seu humor rico e sem apelações, Chespirito soube unir este continente tão belo e sofrido, culturalmente diverso e fraterno, cheio de dramas e riquezas. Não à toa, é cultuado por todo o território latino-americano.
Por tudo isso, apesar da tristeza
incontornável, só me resta agradecê-lo. Pelas risadas, pelos ensinamentos, pelas
verdadeiras lições de filosofia, de ética, de sociologia, de vida que você me
ensinou desde quando eu me entendo por gente. Muito obrigado, Roberto, e vá em
paz!
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