quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Está chegando a hora!

Está chegando a hora! Amanhã termina o horário eleitoral gratuito de rádio e televisão. Teremos o último debate entre os candidatos à presidência da República e, com ele, o fim do primeiro turno da campanha eleitoral de 2014.

No que diz respeito à disputa pelo Palácio do Planalto, atingimos estes últimos dias com duas grandes questões (que apreciam improváveis há alguns dias ou semanas): é possível uma vitória de Dilma já no primeiro turno? Caso ela não ocorra no próximo domingo, seu adversário no segundo turno ainda pode ser Aécio Neves?

Para mim, nos dois casos, a resposta é: sim, é possível, mas pouco provável. O PT nunca venceu no primeiro turno uma corrida presidencial e, conquanto as pesquisas sinalizem que Dilma pode superar a barreira dos 45% dos votos válidos, ainda entendo ser muito difícil ela conseguir a metade mais um já no dia 5. Não é impossível, como disse, mas eu prefiro não arriscar. Não contar com esta hipótese e me decepcionar com um “revés”. Isto aconteceu com parte da militância em 2010, que contava com uma definição no primeiro turno e, quando ela não veio, esmoreceu no início do segundo, dando margem a um crescimento de Serra naquele momento. Por isso, prefiro me concentrar apenas na perspectiva de acumular o maior número de votos possíveis agora, para garantir um segundo turno mais tranquilo. Sabem como é, cautela e canja de galinha...

Nesse sentido, imagino que Dilma deverá ficar, em um bom cenário, na casa dos 48, 49% dos votos válidos, o que significa uma vantagem muito considerável para o segundo turno. Segundo turno este que, a meu ver, deverá mesmo ser disputado contra Marina Silva. Apesar de sua candidatura “fazer água” dia após dia, creio que não haverá tempo hábil para uma recuperação definitiva de Aécio Neves (imagino que a diferença entre ambos deva ficar entre 2 a 3% dos votos válidos, algo como 25% a 23% pró Marina). Infelizmente, porém, o que poderia ser um segundo turno disputado em um patamar mais progressista, que pudesse abrir um período de pautas mais à esquerda nos próximos anos, reproduzirá, em sua essência, a antiga polarização entre PT x PSDB. Isso por conta da inflexão notória da candidatura do PSB à direita, alinhando-se a pautas estranhas a seu programa original.

Mas, sobre o segundo turno, falaremos depois. Por ora, apenas reafirmo meu voto em Dilma Rousseff, pois entendo ser a única candidata, neste momento, capaz de conduzir algumas das reformas mais urgentes no Brasil: a reforma política, a democratização das comunicações (compromissos públicos já assumidos), além de outras, como a tributária, a urbana e a agrária. Votar em Dilma não é garantia de que essas reformas irão avançar (e isso vale para qualquer candidato ou candidata). Afinal, política não se faz apenas na base da vontade. E , nunca é demais lembrar, o próximo Congresso, eleito sobre a base do financiamento privado, deverá reproduzir os vícios do atual, dificultando o avanço das pautas progressistas. Ainda assim, se pode haver mudanças neste sentido, é certamente com Dilma na presidência que elas deverão ocorrer!


Por fim, gostaria de justificar uma lacuna, referente à eleição estadual de SP. Ao contrário de 2010, neste ano não consegui escrever, no blog, nada a respeito desta disputa fundamental. Para mim, como todos os leitores e leitoras do blog devem supor, a provável reeleição de Alckmin no próximo domingo representará um completo desastre para o estado. Mas, entendo que os motivos desta eventual catástrofe, bem como as razões pelas quais a candidatura petista de Alexandre Padilha parece não ter deslanchado como se esperava (embora seja, de longe, o candidato mais preparado para fazer SP avançar social e economicamente, como ficou claro, mais uma vez, no debate desta terça-feira), seriam temas para uma reflexão de maior fôlego. Reflexão esta que, infelizmente, não tive tempo de fazer. No entanto, espero poder escrever algo a respeito uma vez passadas as eleições e com os resultados definitivos. Afinal, quem sabe, depois das sucessivas mentiras contadas por Alckmin na noite de ontem (negando, por exemplo, o racionamento de água em SP), as urnas não nos reservam uma agradável surpresa no próximo domingo?

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