terça-feira, 10 de setembro de 2013

A última cartada

Quando Paulo Autuori foi contratado pelo São Paulo, afirmei aqui que, não obstante sua capacidade e seu passado vitorioso no clube, tinha um enorme pé atrás em relação a seu nome. Seu retrospecto recente no futebol brasileiro não o avalizava para ser o técnico capaz de cumprir a missão (que se anunciava necessária desde aquele momento) de salvar o time de um eventual rebaixamento. No final das contas, acho que ele fez um trabalho razoável, tendo em vista o limitadíssimo elenco do tricolor paulista e a maratona de jogos que enfrentou desde que chegou, que o impossibilitou de treinar adequadamente o time. Mas, claramente, se o São Paulo quiser se salvar, um trabalho mediano já não basta. Autuori parecia não ter mais de onde tirar forças para fazer o São Paulo reagir. Por isso, acho que sua saída, faltando “ainda” um turno, foi acertada. Era preciso fazer algo.

Nesse sentido, Muricy é a aposta derradeira de salvação de uma diretoria completamente perdida. Cansei de criticar a administração JJ, que montou esse elenco pífio de segunda divisão, mas acho que a contratação do técnico tricampeão brasileiro foi, finalmente, um acerto. Deveria ter vindo antes, é verdade (justamente no momento da contratação de Autuori). Mas, ainda chega a tempo de tentar um daqueles milagres que, volta e meia, acontecem nesse esporte tão fascinante quanto imprevisível.

Sim, porque é disso que se trata. Muricy representa, de fato, o último suspiro de esperança que o SPFC pode dar neste ano. Realmente não sei se, em longo prazo, ele conseguirá extrair de um time tão fraco algo mais do que foi produzido até aqui. Não porque duvide de sua capacidade, claro, mas pela situação em que chega. De qualquer forma, já foi possível perceber, nessas horas que sucederam ao anúncio de seu retorno, que o impacto imediato é altamente positivo: basta ver as manifestações dos torcedores pelas redes sociais. Apoio praticamente unânime. Todo são-paulino sabe que, dessa vez, ou vai ou racha. Agora, é preciso que esse impacto positivo seja absorvido também pelos jogadores. Aí é o mais difícil. É onde, justamente, Muricy terá que mostrar sua capacidade, e fazer o clima de euforia gerado por sua contratação se reverta em confiança para o time, num futebol mais competitivo e, acima de tudo, capaz de conseguir os resultados que precisamos. Para ontem.

Criar esse círculo virtuoso não será fácil. Mas, temos um turno para não terminar esses três anos de desmandos e bobagens feitas pela atual administração no maior desastre futebolístico da história do clube. 18 jogos, já que estamos a quatro pontos (portanto, dois jogos) de sair do Z4. A cartada final foi dada. Resta torcer.

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