quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Rebaixamento moral

A crise sem precedentes pela qual passa o São Paulo pode, sem dúvidas, culminar no rebaixamento inédito do clube para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro. Contudo, mesmo que esta não venha ocorrer – do que, sinceramente, duvido cada vez mais – é inegável que os fatos que se desenrolaram nas últimas semanas (brigas na sede social do clube, discussão em rede de televisão entre oposição e situação, troca de acusações entre jogadores e diretores ou o ex-técnico), demonstram, ao menos, conforme bem definiu o radialista "Sombra", do programa Estádio 97 (da rádio 97 FM), um rebaixamento moral do clube. O São Paulo tornou-se um clube varzeano que envergonha seu torcedor.

Este rebaixamento, talvez, seja mais difícil de ser revertido do que um eventual rebaixamento técnico. Como demonstra a nova passagem do Palmeiras pela segundona neste 2013, é muito difícil que um grande clube não voltar imediatamente à primeira divisão depois de uma queda. Mas, recuperar seu antigo status, a confiança do torcedor, a dignidade, não é algo tão simples. O Vasco é um exemplo de clube que caiu, voltou e continua com os mesmos e vexatórios problemas de antes da queda.

Solução? Só há uma: mudar drasticamente a forma de condução do clube. Mas, como sabemos, isso só será plenamente possível a partir das eleições no próximo ano. Com efeito, a declaração de ontem de João Paulo de Jesus Lopes (na linha do “time grande não cai”) é mais uma prova da dificuldade que a diretoria do São Paulo tem em compreender o atual estágio do clube. Por isso, mesmo a indicação de Gustavo Vieira de Oliveira para gerir o futebol tricolor não apaga o esgotamento completo da atual gestão. Contudo, sua presença abre uma última esperança de salvação dentro de campo. Afinal, este esgotamento – que resultou no rebaixamento moral citado acima – não precisa necessariamente ser traduzido em rebaixamento técnico. Ainda há tempo de, ao menos, reverter a situação na tabela. Para isso, é preciso, acima de tudo, que os responsáveis pelo futebol tricolor engulam o orgulho, assumam que o elenco é fraco e busquem jogadores ainda disponíveis para ajudar tecnicamente o time (o que, aliás, deveria ter sido feito há meses). Além disso, é fundamental que eles ajudem Autuori na administração do elenco. Gustavo, portanto, neste cenário, é a peça fundamental: diante do caos instalado, o futuro imediato do tricolor paulista, dentro das quatro linhas, depende muito de seu sucesso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário