quinta-feira, 9 de maio de 2013

Reflexão mais do que necessária

Depois de uma semana desastrosa, que começou com a eliminação do Paulista, nos pênaltis, para o Corinthians, e terminou com o vexame diante do Atlético Mineiro, que merecidamente nos desclassificou da Libertadores, me parece a hora de uma reflexão profunda nos lados do tricolor. O elenco não é pífio, mas é inegável que precisa de mais peças de qualidade. Diria que, no mínimo, dois laterais, um zagueiro, um volante e um atacante que possam chegar para serem titulares. Nada de experiências. Do contrário, o Brasileirão será longo e sem perspectivas de sucesso. 

Ney Franco, com sua inexplicável fixação pela falta de futebol de Douglas, devem ficar, segundo o diretor de futebol que só entende de corridas de carro, Adalberto Batista. De fato, não sei, realmente, se é o caso de demiti-lo ou mantê-lo, tendo em vista as opções disponíveis no mercado. Contudo, permanecendo, o treinador precisa entender o tamanho do clube que dirige, parar com suas improvisações amadoras (como escalar Douglas de atacante num jogo decisivo e em que a equipe precisava de gols) e tentar dar coesão a seu time, que ontem, por exemplo, não apresentou sequer uma jogada trabalhada. 

Por fim, porém mais importante, a diretoria. Aquela que arrota aos quatro cantos a “soberania” do tricolor, deveria se atentar aos péssimos números* alcançados pelo clube nos últimos anos: 19 derrotas em 20 mata-mata disputados; quatro títulos em 26 disputados; e alguns vexames que me parece desnecessário lembrar. Além disso, uma série infindável de contratações desastrosas, escolha de técnicos muito aquém do tamanho do São Paulo, desmantelamento de uma comissão técnica reconhecidamente competente e vencedora e insistência num discurso desagregador e arrogante. A primeira responsável, portanto, pelas férias forçadas do São Paulo neste momento, pela coleção de reveses em campo nos últimos anos e pela falta de perspectiva no futuro imediato, é a diretoria. Mais particularmente, seu presidente, que desde o golpe da reeleição, em 2010/2011, e não obstante seu inegável carisma, tem acumulado fracassos em cima de fracassos.

Nesse sentido, é curioso (e triste) constatar que, em 2010, ainda antes de concretização do golpe que deu o terceiro mandato a Juvenal Juvêncio, eu dizia o seguinte, numa postagem aqui no blog: “O problema é que JJ parou na conquista de 2008. Não viu (ou não quis ver) que a roda da história continuou girando. Que os outros clubes se renovaram. E que não bastaria apenas autoproclamar-se ‘diferenciado’ para que as coisas acontecessem. O São Paulo hoje (isto é, sua diretoria, a começar pelo coronel Juvenal),  parece aquele aristocrata decadente que, reivindicando um passado de glórias, continua agindo sob a chancela de sua pretensa e intacta superioridade. Só não percebe que o faz da mesma sarjeta em que foi jogado junto com todos os outros. Alguns clubes entenderam a situação e começaram a agir. O São Paulo se acomodou. Por isso, é preciso renovar. É preciso respirar novos ares. Sob pena de acordar tarde demais – e de maneira muito trágica – do sonho de que o tempo parou naquele gol de Borges contra o Goiás.”

Recuperando essas linhas, percebo que, fora o título da Sul-americana no ano passado – único conquistado desde então – nada mudou. Ou melhor, mudou sim: a concorrência se qualificou. E nós seguimos estacionados. Diante disso, só resta perguntar: o que mais será preciso acontecer para que Juju e seus asseclas se deem conta de que ficaram para trás e estão afundando o São Paulo? Que precisam deixar o futebol nas mãos de um profissional que entenda do assunto?

*Os números foram extraídos do blog do Marcello Lima.

Nenhum comentário:

Postar um comentário