quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Mano, Marín, seleção


Esperei alguns dias para escrever sobre a demissão de Mano Menezes, porque queria ver os primeiros desdobramentos dessa ação desastrada do presidente da CBF. Mais precisamente, se haveria uma decisão imediata sobre o novo ocupante da vaga. Como, até aqui, só há especulações (ainda que, ao que tudo indica, o nome de Felipão seja disparado o mais cotado), decidi deixar minha opinião sobre este episódio.

Acho o Mano um técnico fraco para a seleção. Com pouco currículo. E de caráter, digamos, duvidoso (eis o que escrevi quando ele assumiu). Mas a forma como foi demitido foi absolutamente injusta. Inoportuna, para dizer o mínimo. E os reais motivos dessa demissão são ainda mais deploráveis.

Mano poderia ter saído depois do fiasco brasileiro na Copa América. Ou, há alguns meses, após as Olimpíadas. Não agora. Temos três ou quatro jogos até a Copa das Confederações. Um ano e meio para a Copa. E, mesmo que com atraso, o ex-treinador da seleção começava a esboçar um time que, a meu ver, deverá ser a base do time de 2014 – não importa qual técnico esteja no nosso banco. Quer dizer, tecnicamente falando, no momento em que ele começou a dar sinais de melhoras, caiu. Mas, muito pior do que esta falta de timing: ele justamente não caiu pela questão técnica – que, insisto, justificaria sua demissão desde muito tempo. Caiu por questões políticas. Por vaidade. Porque o novo presidente da CBF, José Maria Marín, conseguiu, neste ponto, ser pior que seu sucessor (pasmem!), e viu na escolha de um novo treinador a forma de conseguir imprimir suas digitais na eventual taça de campeão do mundo. Que, naturalmente, ninguém sabe se virá. Se depender de sua competência, não. Mesmo porque, parece-me inacreditável que o técnico que recentemente rebaixou uma das maiores equipes de nosso futebol para a série B, seja o mais cotado para ganhar o prêmio de treinar a seleção. Felipão, hoje, é a marca do atraso no futebol. Não se atualizou e foi ultrapassado. A roda da história não gira para trás. Se ele foi decisivo em 2002, vendo seu retrospecto recente, o time que conseguiu montar no Palmeiras, nada me faz crer no mesmo dez anos depois. Mas, aguardemos. Com a confirmação do novo treinador, volto ao assunto.

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