terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Um Sonho de Liberdade (The Shawshank Redemption)

Há filmes que definitivamente nos cativam. Seja por conta de seu enredo, do roteiro, dos atores ou da produção; seja - e talvez estes sejam justamente os melhores - por uma combinação de dois ou mais destes fatores. Um sonho de liberdade se encaixa, definitivamente, neste último cenário. O filme, dirigido por Frank Darabot e baseado numa obra de Stephen King, tem um enredo empolgante (e com um final emocionante), bela produção e grandes atuações de Tim Robbins e, principalmente, de Morgan Freeman (como é de praxe). É um daqueles casos em que, se você não viu, deve correr para ver o quanto antes.

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Um Sonho de Liberdade (The Shawshank Redemption)

Ano: 1994
Direção: Frank Darabont
Roteiro: Baseado na obra de Stephen King
Gênero: Drama
Origem: Estados Unidos
Duração: 144 minutos
Elenco: Tim Robbins, Morgan Freeman.

Sinopse: Em 1946, o jovem e bem-sucedido banqueiro Andrew "Andy" Dufresne (Tim Robbins) é sentenciado a duas penas consecutivas de prisão perpétua pelo assassinato de sua esposa e de seu amante, a serem cumpridas na Penitenciária Estadual de Shawshank. A prisão é comandada pelo religioso, mas cruel agente penitenciário Samuel Norton (Bob Gunton). Rapidamente, Andy se torna amigo de Ellis "Red" Redding (Morgan Freeman), interno influente, também sentenciado à prisão perpétua, que controla o mercado negro do presídio. Ao longo das quase duas décadas, Dufresne se torna protegido pelos guardas, após o agente penitenciário passar a utilizá-lo em operações de lavagem de dinheiro. Ao mesmo tempo, divide com Red o sonho de fuga.


sábado, 21 de janeiro de 2012

Começa a temporada 2012

Amanhã, começa a temporada 2012 para o São Paulo. Em dezembro, no dia do aniversário do clube, escrevi um post (link aqui) em que indicava meu ceticismo em relação ao time nesta temporada. Passados pouco mais de dois meses daquela publicação, percebo um cenário bastante diferente. Conforme havia prometido ainda antes do término do último Brasileirão, Juvenal Juvêncio promoveu uma verdadeira reformulação no elenco: conseguiu, para minha surpresa, negociar jogadores fraquíssimos, como Marlos e Xandão (e você achava que não havia mais bobo no futebol, né?), além de Carlinhos Paraíba (este, por empréstimo); vendeu Jean e Carleto ao Fluminense; Henrique para o Queens Park Rangers da Inglaterra; e, como já se sabia, dispensou Rivaldo e adiantou a partida de Dagoberto para o Inter. Por fim, e para completar a alegria da torcida são-paulina, Juan deve ir para o Santos, e Cléber Santana também não deve ficar. Em troca, Juvenal e a diretoria trouxeram, ainda em 2011, o bom volante Fabrício, os zagueiros Edson Silva e Paulo Miranda, o promissor lateral Cortês e o meia Maicon (este, segundo o comentarista Paulo Vinícius Coelho, da ESPN, a melhor contratação na relação custo X benefício desta temporada). Neste início de ano, chegou o ótimo meia Jadson. E pode vir mais por aí, caso se concretize a vinda de Nilmar, que dispensa comentários (e faria a dupla mais forte de ataque do Brasil, ao lado de Luís Fabiano). Mas, mesmo que esta última negociação não se realize, dá para dizer que, do jeito que está, 2012 parece um ano promissor.

Meu único “senão” ainda é o técnico. Sinceramente, duvido que, quando chegarmos à 38ª rodada do Brasileirão, Emerson Leão ainda esteja no banco do São Paulo. Para mim, seria uma surpresa enorme. Mas, já que ficou, é preciso lhe dar um voto de confiança. O time tecnicamente é bom, melhor do que o do ano passado. E deve ter mais “pegada” também, coisa que faltou – e muito – em 2011, sendo inclusive um dois eixos que orientaram as contratações para esta temporada. Enfim, vamos aguardar. Certamente, com mais otimismo do que parecia possível no final do último ano. Que, em 2012, o SPFC volte ao seu costumeiro caminho de conquistas!

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Sobre a Antropologia Filosófica

O foco da Antropologia Filosófica é estudar e compreender o homem em sua totalidade, isto é, como um ser que se expressa em diversas dimensões. Conquanto possam ser analisadas separadamente, tais dimensões se apresentam interpenetradas em cada indivíduo. Para Henrique Vaz, “a originalidade da experiência que está nos fundamentos da Antropologia filosófica consiste na tematização do homem sujeito enquanto ‘sujeito’, (...). Mas essa experiência não se refere à subjetividade abstrata do ‘Eu penso’, [mas a] uma experiência ‘situada’, pois só enquanto situado, ou circunscrito pela finitude da ‘situação’, o homem pode tornar-se ‘objeto’ de si mesmo na pergunta filosófica”.

Nesse quadro, o conceito de pessoa surge diretamente relacionado com nossa individualidade. Para Sartre, por exemplo, a definição de pessoa é possível sob dois aspectos: em primeiro lugar, na medida em que a consciência humana é “presença-a-si”, isto é, separada de si por nada (no francês, néant). O segundo aspecto é a falta constituinte do ser do homem, que faz com que ele sempre se lance ao mundo, para os possíveis que são seus possíveis ou, em outros termos, é sua ipseidade. Assim, complementa o filósofo existencialista, a pessoa se define como “livre relação a si”. A “dignidade” do homem, para utilizarmos a expressão de Pascal, reside justamente na possibilidade de relacionarmo-nos conscientemente conosco mesmos e com o mundo.

Uma vez que o homem não é puramente consciência, nem puramente coisa, mas é um ser-no-mundo, encontra-se encarnado no mundo, compartilhando da mesma “carne” do mundo a partir de seu próprio corpo, como diz Merleau-Ponty, só podemos pensar o homem em termos de totalidade. Não uma totalidade plena, inerte, mas uma “totalidade-destotalizada”, na medida em que sempre estamos abertos ao futuro, por nossa liberdade. Mas, precisamente por ser totalidade, “não podemos esperar recompô-la por uma adição ou por uma organização das diversas tendências”, mas pelo contrário, “em cada inclinação, em cada tendência, [a pessoa] se exprime inteiramente, um pouco como a substância espinosista se exprime completamente em cada um de seus atributos”. É nesse sentido que Cassirer diz que a possibilidade de compreender o homem em sua unidade está corporificada “na convicção de que os raios variados e aparentemente dispersos [i.e. as diversas dimensões que nos compõem – V.S.] podem ser concentrados e levados a um foco comum”.

Se o homem pode ser pensado em diversas dimensões (consciente, espiritual, biológica ou vital, intersubjetiva ou social, etc.), o exame em separado de cada uma delas seria uma operação puramente analítica. Ser consciente-de-si, operar o famoso “conhece-te a ti mesmo” socrático, é compreendermo-nos enquanto seres corporais carnalmente ligados ao mundo, aos outros seres, à totalidade do Ser e, ao mesmo tempo, irremediavelmente diferenciados deles. Quer dizer, o homem é uma totalidade de dimensões que se interpenetram na medida em que ele co-pertence ao mundo, mas também se diferencia dos outros seres (assim como nos diferenciamos uns dos outros) por sua liberdade, por sua consciência, seu “espírito”. Mas, como ressalta Sartre, cada homem é sua própria totalidade. Em outros termos, cada homem é uma pessoa, uma ipseidade que se projeta no mundo, que imprime ao mundo a marca de sua liberdade.
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No entanto, se nos movemos no terreno aberto pela Antropologia Filosófica, uma questão se impõe - e, aparentemente, ela torna-se insolúvel se nos limitarmos a seus domínios: como pensar a liberdade, por conseguinte a própria definição de homem, como dados a priori, se devemos situá-lo numa sociedade que reifica todas as relações pessoais, bem como a própria noção de subjetividade, imprimindo nelas, mesmo que de modo cifrado, os caracteres da “forma mercadoria”? Dito de outro modo, numa sociedade pautada pelas leis de reprodução do capital e por suas exigências, pela forma como elas moldam todo o conjunto da vida social (e, por consequência, também a vida individual) ainda faz sentido falar numa antropologia positiva, que carregue uma definição a priori (portanto, uma essência) de homem, que escaparia às determinações da vida social contemporânea, e se ergueria como ideal ser (re)alcançado? Na verdade, não seria mais factível, se quisermos manter a validade de uma pesquisa antropológica no âmbito da filosofia contemporânea, conceber uma espécie de antropologia negativa (na qual os agenciamentos, por exemplo, de Adorno, poderiam abrir alguns caminhos interessantes), que se paute pela realidade do homem tal como ela se dá na sociedade capitalista atual, isto é, pelos atributos que o modo de produção vigente lhe confere, e a partir dos quais a própria definição de homem, deixando o terreno da pura especulação, torna-se, também ela, sujeita ao  inescapável movimento do real? É um debate aberto.

Referências bibliográficas:

CASSIRER, Ernst. Ensaio sobre o homem. Trad. Tomás Rosa Bueno. São Paulo: Martins Fontes, 1994.
SARTRE, Jean-Paul. L’Être et le Néant – essai d’ontologie phénoménologique. Édition corrigée avec index par Arlette Elkaïm-Sartre. Collection Tel. Paris: Gallimard, 2007.
VAZ, Henrique C. de Lima. Antropologia Filosófica – vol. I. 8ª edição. São Paulo: Edições Loyola, 2006.
_______________________. Antropologia Filosófica – vol. II. São Paulo: Edições Loyola, 1992.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Perspectivas políticas para 2012

2012 promete ser um ano politicamente movimentado. Quiçá, histórico. Não, não pelo suposto fim do mundo previsto pelos maias, mas por ser um ano em que a crise do sistema capitalista, centrada na Europa, deve se aprofundar ainda mais (inclusive com um possível fim do Euro), o que, naturalmente, gerará reverberações por todos os lados. Netse cenário, teremos um ano com vários processos eleitorais importantes, que se desenvolvendo na esteira da crise, podem ter resultados imprevistos – e, torçamos, positivos para a esquerda. Na própria Europa, França e Rússia são os casos que mais despertam atenção. Na América, Venezuela e EUA. Além, claro, das eleições municipais brasileiras.

Na França, os impactos da crise econômica, somados ao descontentamento generalizado com o governo Sarkozy, pode garantir ao Partido Socialista, pela segunda vez na história, o direito de governar o país. É fato que o PS, assim como a social-democracia europeia de modo geral, precisa recuperar seu norte político, perdido após sua conversão ao neoliberalismo. Mas, pelo que foi apresentado até aqui, os efeitos nefastos da opção ideológica tomada nos anos 1980 parece não ter terminado. Aliás, é forçoso (e obviamente preocupante) notar o quanto a esquerda europeia, ao menos aquela historicamente capaz de angariar mais votos e penetração na sociedade, parece incapaz de propor uma alternativa à crise econômica que não seja repetir, mesmo que de maneira menos ortodoxa, o receituário proposto pela direita liberal. E, desse modo, afundar-se cada vez mais, como aconteceu recentemente com o Partido Socialista Espanhol, abrindo caminho para a direita, inclusive a autoritária. Mas, mesmo com um programa modesto diante da situação catastrófica que vive a União Europeia, seria um passo importante na geopolítica do continente uma vitória da esquerda francesa. De preferência, em conformidade com a ampliação da força da Frente de Esquerda, agrupamento mais radical do que o PS, e que poderia, inclusive, fazer com que esse desse passos mais ousados na ruptura com o modelo imposto na zona do Euro.

Na Rússia, em meio às denúncias de irregularidades nas eleições legislativas de 2011, passou quase despercebida a consolidação do Partido Comunista da Federação Russa como a segunda maior força política do país. Independente da apreciação que se possa fazer de seu programa atual (no momento, não tenho elementos para me aprofundar nesse tema), não deixa de ser ao menos digno de nota que, 20 anos após o fim da União Soviética, o PC russo – que para muitos tinha sido enterrado junto com a bandeira vermelha, a foice e o martelo – retorne com força ao cenário político local. Além disso, embora seja quase certa a vitória de Vladimir Putin, do partido Rússia Unida (maior força política do parlamento russo hoje), números de recentes pesquisas de opinião demonstram grande insatisfação da população russa quanto à situação social, política e econômica atual. Notadamente, no que tange a concentração de riquezas, a generalização da corrupção e a piora da qualidade de vida, dentre outros fatores surgidos após a dissolução da URSS. Por exemplo, segundo levantamento feito pelo instituto norte-americano Pew Research Center (veja a matéria detalhada, em espanhol, aqui), apenas cerca de metade dos russos se mostra a favor do pluripartidarismo; 63% se dizem insatisfeitos com o funcionamento de sua democracia; 70 % declaram que um “homem forte” é mais capaz de resolver os problemas do país do que o atual sistema democrático; somente 42% defendem a economia de mercado; e, para a maioria, a relação entre os grupos étnicos, a moral pública, a solidariedade, os valores familiares e espirituais, assim como o orgulho nacional, pioraram desde que a URSS foi dissolvida. Para esta parcela majoritária da população, empresários e políticos foram, de longe, aqueles que mais se beneficiaram com a mudança de regime. E entendem que uma economia próspera é mais importante que um governo democrático. Esses índices, que não deixam de causar surpresa, são ainda mais radicais nos outros dois países estudados, também membros da antiga União Soviética: Ucrânia e Lituânia. Com tal cenário, a conjuntura política do país torna-se menos previsível, e, quem sabe, a esquerda possa conquistar ainda mais espaço.

Na América, as atenções se voltam para os dois maiores rivais hoje no continente: EUA e Venezuela. Embora tenha recentemente conquistado algum capital político junto ao eleitorado mais conservador, mormente por conta de “sucessos” de sua política externa, como a morte de Bin Laden e Kaddaffi, além da retirada das tropas do Iraque, a vitória de Obama não é certa. Para os mais progressistas, o governo Obama decepcionou. As recentes declarações de frustração e desapontamento do ator e diretor Matt Damon (leia aqui), um dos maiores entusiastas de sua campanha em 2008, são uma boa demonstração. No entanto, pelo que se nota, a principal preocupação do candidato democrata é outra. Obama sabe que o recrudescimento dos setores conservadores no país – expresso, por exemplo, pela consolidação do movimento radical Tea Party –, fortalecidos pela crise econômica que se arrasta desde 2008, e que promete se agravar ainda mais esse ano por conta do cenário europeu, é uma séria ameaça à sua permanência na Casa Branca. Por isso, parece propositadamente criar uma tensão com o Irã – e, quem sabe, promover uma “incursão” das tropas do país em nome da “segurança” e da “democracia” na terra de Ahmadinejad, isto é uma nova guerra – o que sempre é capaz de angariar a simpatia dos dementes conservadores do país, e garantir mercado para sua fortíssima indústria bélica. Assim, mais uma vez, a guerra mataria dois coelhos com uma cajadada só. Além claro, de mais algumas centenas de milhares de inocentes, que, azarados, não votam nas eleições norte-americanas.

Na Venezuela, a velha, mas inevitável, luta de classes: de um lado, Chávez e a população mais humilde, diretamente beneficiada pelas conquistas econômicas e sociais da Revolução Bolivariana, como a distribuição de renda, a entrega de casas populares, a diminuição do desemprego, o fortalecimento das cooperativas, o fomento à participação política na vida do país etc.; de outro, a elite raivosa do país, a mídia e, de lambuja, o apoio aberto dos EUA. Por ser hoje o país latino-americano mais radicalizado em termos políticos, com um processo revolucionário francamente em curso (ainda que, naturalmente, se possa e se deva fazer críticas a alguns aspectos desse processo), o destino das eleições da Venezuela trará, mais do que qualquer outro, consequências não só para seu povo, mas para todo o continente. Dito de outro modo: uma derrota de Chávez será um golpe duríssimo para a esquerda latino-americana e, em maior ou menor grau, para todos os governos progressistas da região.

No Brasil, as eleições municipais provavelmente se desenrolarão, para além das idas e vindas do segundo ano do governo Dilma, sobre o pano fundo de dois processos que devem agitar a vida política do país. Primeiramente, a CPI da Privataria. Com instalação prevista para fevereiro, a CPI tem tudo para ser o mecanismo que nos permitirá passar a limpo o maior escândalo de corrupção e entrega do patrimônio público da história brasileira: os processos de privatização levados a cabo durante o governo FHC. Além disso, é provável que, neste ano, tenhamos finalmente o julgamento do chamado “mensalão”, que, dependendo de seu desenrolar, poderá servir de (único) ponto de apoio para o jogo político da oposição (ou o que resta dela). Trataremos com mais cuidado, ao longo do ano, dessas questões, com especial atenção aos processos eleitorais de algumas importantes cidades do país, mas com destaque, claro, à minha São Carlos, onde o PT visa conquistar seu quarto mandato consecutivo.

Ademais, é preciso ficar atento aos próximos movimentos do governo Dilma. Em seu primeiro ano, alguns passos bastante positivos foram dados, como a continuidade e aperfeiçoamento de políticas públicas do governo Lula, sobretudo no que diz respeito às políticas de crescimento econômico visando fortalecimento do mercado interno, a distribuição de renda e o combate à miséria. Educação, com a aprovação do piso nacional do magistério, por exemplo, e saúde, com a política de fortalecimento do SUS, também dão sinais de que poderão ocorrer mais – e dramaticamente necessários – avanços nos próximos anos. A política externa manteve sua linha de soberania, privilegiando a integração continental, com destaque para as iniciativas da Unasul e da CELAC. Em outros setores, porém, como na Cultura, nas políticas de Reforma Agrária, e no Meio Ambiente, o governo Dilma, inexplicavelmente, andou para trás. Neste último, aliás, vale lembrar que o Brasil sedia a conferência Rio+20 neste ano, e se quiser manter-se como referência na área de preservação ambiental e combate às mudanças climáticas, terá de reverter o fraco desempenho do primeiro ano. Por fim, também vale destacar que 2012 pode marcar a votação – ou completo abandono – de uma proposta de reforma política, bem como de uma reforma tributária, ambas tão urgentes para aperfeiçoarmos e radicalizarmos nossa democracia.

Antes de terminar, vale mencionar outros pontos que também podem ter relevância na conjuntura política de 2012: os desdobramentos da “primavera árabe”; a situação do Oriente Médio, capitaneada, como já mencionada, pela tensão entre EUA (e União Europeia) e Irã; os primeiros passos do obscuro (como quase tudo naquele país) Kim Jong-Un à frente da Coreia do Norte e de seu potente arsenal nuclear; o prosseguimento da “atualização” do sistema socialista cubano, que tanto pode abrir novas (e boas) perspectivas, não apenas para os cidadãos da ilha, mas também para todos aqueles que se identificam com os valores do socialismo, como pode significar o encaminhamento definitivo da restauração capitalista, nos moldes do que ocorreu na União Soviética; e, possivelmente mais importante, os novos ecos da crise econômica europeia, que certamente se farão sentir, em maior ou menor grau, em outras partes do globo, inclusive no Brasil, e que podem dar novos, e mesmo imprevistos contornos à conjuntura nacional e internacional, especialmente se conformada ao fortalecimento dos movimentos de massa que ganharam as ruas em 2011. Aguardemos o decorrer do ano.