terça-feira, 28 de junho de 2011

"Ô saisons, ô châteaux"

Bem, semestre terminando, hoje tenho prova final de francês. E, para entrar no clima, nada como alguns belos versos de um dos grandes nomes da poesia francesa, o gênio precoce Arthur Rimbaud. O poeta, cuja obra foi toda escrita antes de seus 20 anos de idade, é um marco na poesia simbolista, e influenciou, por exemplo, movimentos importantes do século XX, como o dos beatniks e o existencialismo.

Abaixo, segue o poema Ô saisons, ô châteaux, seguido da tradução para o português (livre) feita pelo poeta brasileiro Augusto de Campos.




















Ô SAISONS, Ô CHÂTEAUX

Ô saisons, ô châteaux,
Quelle âme est sans défaut ?

Ô saisons, ô châteaux,
J'ai fait la magique étude
Du bonheur,que nul n'élude.

Ô vivre lui, chaque fois
Que chante son coq gaulois.

Mais ! je n'aurais plus d'envie,
Il s'est chargé de ma vie.

Ce charme ! il prit âme et corps,
et dispersa tous efforts.

Que comprendre à ma parole ?
Il fait qu'elle fuit et vole !

Ô saisons, ô châteaux !
Et, si le malheur m'entraîne,
Sa disgrâce m'est certaine.

Il faut que son dédain, las !
Me livre au plus prompt trépas !

- Ô Saisons, ô Châteaux !


CASTELOS, ESTAÇÕES
(tradução de Augusto de Campos)

Castelos, estações,
Que almas é sem senões?

Castelos, estações.

Eu fiz o mágico estudo
Da Felicidade, eis tudo.

Que eu possa ouvir outra vez
Cantar seu galo gaulês.

Desejos? Dores? Olvida.
Ela é a luz da minha vida.

O Encanto entrou em minha alma.
Doravante tudo é calma.

O que esperar do meu verso?
Que voe pelo universo.

Castelos, estações!

E se me arrastar o mal,
Seu fel me será fatal.

Que a morte com seu desprezo
Me liberte desse peso!

- Castelos, estações!

Nenhum comentário:

Postar um comentário