Bem, semestre terminando, hoje tenho prova final de francês. E, para entrar no clima, nada como alguns belos versos de um dos grandes nomes da poesia francesa, o gênio precoce Arthur Rimbaud. O poeta, cuja obra foi toda escrita antes de seus 20 anos de idade, é um marco na poesia simbolista, e influenciou, por exemplo, movimentos importantes do século XX, como o dos beatniks e o existencialismo.
Abaixo, segue o poema Ô saisons, ô châteaux, seguido da tradução para o português (livre) feita pelo poeta brasileiro Augusto de Campos.
Ô SAISONS, Ô CHÂTEAUX
Ô saisons, ô châteaux,
Quelle âme est sans défaut ?
Ô saisons, ô châteaux,
J'ai fait la magique étude
Du bonheur,que nul n'élude.
Ô vivre lui, chaque fois
Que chante son coq gaulois.
Mais ! je n'aurais plus d'envie,
Il s'est chargé de ma vie.
Ce charme ! il prit âme et corps,
et dispersa tous efforts.
Que comprendre à ma parole ?
Il fait qu'elle fuit et vole !
Ô saisons, ô châteaux !
Et, si le malheur m'entraîne,
Sa disgrâce m'est certaine.
Il faut que son dédain, las !
Me livre au plus prompt trépas !
- Ô Saisons, ô Châteaux !
CASTELOS, ESTAÇÕES
(tradução de Augusto de Campos)
Castelos, estações,
Que almas é sem senões?
Castelos, estações.
Eu fiz o mágico estudo
Da Felicidade, eis tudo.
Que eu possa ouvir outra vez
Cantar seu galo gaulês.
Desejos? Dores? Olvida.
Ela é a luz da minha vida.
O Encanto entrou em minha alma.
Doravante tudo é calma.
O que esperar do meu verso?
Que voe pelo universo.
Castelos, estações!
E se me arrastar o mal,
Seu fel me será fatal.
Que a morte com seu desprezo
Me liberte desse peso!
- Castelos, estações!
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