sábado, 17 de julho de 2010

Filosofia e coisas da vida

A primeira postagem “prá valer” do blog será sobre o título do mesmo: “Filosofia e coisas da vida”. No fundo, não acho que exista, de fato, uma separação entre a filosofia, de um lado, e a vida, nossa existência cotidiana, de outro. Antonio Gramsci dizia que, no fundo, todo homem é, em alguma medida, um filósofo, porque todo homem tem ou participa de uma visão de mundo, tem uma conduta moral consciente, uma opinião formada sobre o mundo – ainda que nem sempre consiga ou se disponha a expressá-la. de maneira  sistemática. Eu, particularmente, concordo com essa visão. Para mim, filosofia e vida estão intimamente ligadas. Por isso, falar sobre as “coisas da vida”, no fundo, já é um modo de filosofar, ou pelo menos de se iniciar nessa atividade. Assim sendo, é preciso dizer que o título do blog apenas reflete, de maneira um tanto tosca, a forma que encontrei de pontuar esse entrelaçamento.

Por isso, esse blog se propõe a tratar de tudo um pouco. Claro, sem a pretensão de esgotar qualquer tema que seja. Meu objetivo é apenas colocar na rede (quase traído pelo hábito, eu já ia dizendo “colocar no papel”) algumas opiniões, reflexões, etc., sobre tudo o que desperta meu interesse – e, quem sabe, também desperta o interesse de outras pessoas: de um poema de Drummond, ao bom e velho Rock'n'Roll; de um texto de Sartre, a uma reflexão daquelas que a gente faz no chuveiro, ou durante uma caminhada; das eleições deste ano (se tudo der certo, com vitórias de Dilma e Mercadante) ao próximo jogo do São Paulo; e por aí afora.


Blaise Pascal, filósofo que soube compreender, como poucos, o drama de nossa existência, afirmava que “a vida humana não é senão uma ilusão eterna”. Ele pontuava que, mais do que encontrar algo, o que realmente agrada o ser humano é procurar: em geral, quando encontramos aquilo que procurávamos, quando alcançamos um objetivo, logo nos entediamos, e colocamos outra meta a ser perseguida, e assim indefinidamente. Daí a ilusão: estamos sempre correndo atrás, sem nunca, de fato, alcançar, ou sem nunca nos satisfazermos com o que já alcançamos. Mas, me valendo um pouco de Sartre, creio que essa situação paradoxal de insatisfação permanente tem um aspecto extremamente positivo: é que, se por um lado, ela nos deixa num estado angustiante, que nos faz sentir um vazio, uma falta, uma lacuna que nunca se preenche, por outro, é justamente essa busca incessante que nos empurra prá frente, que, enfim, nos faz viver. E, no fundo, talvez seja isso o que pretendo, aqui e na vida: mais do que encontrar algo, respostas, certezas, é simplesmente procurar.

2 comentários:

  1. Olá,
    também penso que o procurar é muito mais interessante e valioso do que o encontrar, até porque, certezas são um tédio!
    Mas mudando de foco (perdoe-me por não acessar seus posts políticos, não é bem minha praia), pergunta:
    na postagem vc manifesta claramente sua preferência pela Dilma; dois anos depois... vc continua pensando assim? Por quê sim, ou por quê não? O que mudou, ou não mudou (se é que isso é possivel, já que tudo muda o tempo todo), nesse sentido?
    Só por curiosidade mesmo, pode ser resposta curta, rs...
    Eu mesma não tenho opinião formada a respeito.
    Abç. ; )
    Chloe

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  2. Sim, continuo. Creio que ela surpreende positivamente em algumas questões - enfrentamento aos bancos na questão dos juros, por exemplo - e tem feito um bom governo, na linha do seu antecessor. Mas, claro, há aspectos negativos, coisas que eu acho que precisariam avançar mais. Mas, no geral, acho que ela está se saindo bem.

    Obrigado pelas visitas!

    Abraço
    Vinícius

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